sexta-feira, 31 de agosto de 2012
CCXIII
(Intervenção sobre gravura de William Hogarth)
A mesa é mestra:
depois do caos vem o ovo.
De novo, e de novo...
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
CCXII
Não faço julgar.
É que meu lobo frontal
só sabe te amar.
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
CCXI
Num quarto barato
a labuta abraça a pausa.
Desnuda, sem causa.
terça-feira, 28 de agosto de 2012
CCX
Mesas na calçada.
Entre vivos e cadáveres,
homens feito árvores.
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
CCIX
(Em memória de Neil Armstrong)
Volta a cacatua,
no enorme passo de pássaro,
para o pó da Lua.
domingo, 26 de agosto de 2012
CCVIII
Toda inquietude,
feito pulga em cavalo,
bebe no embalo.
sábado, 25 de agosto de 2012
CCVII
Quem parte e reparte
faz sobrar pra toda a arte
a parte da parte.
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
CCVI
O eixo, o esquema,
a engrenagem sem mola:
sistema patola.
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
CCV
O ônibus-boate
, ao girar, gera seus tontos
.
Uns perdem o ponto.
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
CCIV
Tua arquitetura
projeta entre nossas casas
um espelho d'água.
terça-feira, 21 de agosto de 2012
CCIII
Pernoite portenha:
suor e tangos na mira
da calle Timbiras.
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
CCII
Num quarto romano
jaz u'a pirata brazuca:
Ivone, Tijuca.
domingo, 19 de agosto de 2012
CCI
(Para Aldir Blanc)
O vento faz flauta
do túnel da Lagoinha
domingo à tardinha.
sábado, 18 de agosto de 2012
CC
O esquizo, zumbido,
apesar da partitura,
confia no ouvido.
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
CXCIX
No final das tardes
o sol seca, em happy hour,
corações covardes.
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
CXCVIII
Palavras mais foscas:
lábios clamando sozinhos
na ilha das ostras.
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
CXCVII
Sombras e aromas.
Um homem doma o som
com o mantra Ôm.
terça-feira, 14 de agosto de 2012
CXCVI
Incêndio no peito
em espasmos sem arroubo...
Relógio de fogo.
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
CXCV
Amores, tarô...
As cartas estão de costas.
Pois seja o que for.
domingo, 12 de agosto de 2012
CXCIV
O anti-herói, sem fábulas,
no era-uma-vez para o filho:
uns contos de fábrica.
sábado, 11 de agosto de 2012
CXCIII
Que não toma prata.
Só aceita desaforo
de cachaça ouro.
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
CXCII
Gaúchos, crioulos,
caipiranejos, caboclos.
Outrosoutrosoutros...
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
CXCI
A tarde embaralha
meninos de bicicleta
em dança cambaia.
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
CXC
Instâncias do gesto:
o ator casa com o tablado
de papel passado.
terça-feira, 7 de agosto de 2012
CLXXXIX
Na quina da pedra
fica um quarto de calor.
Metade, só dor.
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
CLXXXVIII
(Em memória de Humberto de Pinho)
O troco da paga:
dezessete e setecentos.
Conta de Gonzaga.
domingo, 5 de agosto de 2012
CLXXXVII
Não é bem a língua...
O pedinte traz a fome
na ponta da míngua.
sábado, 4 de agosto de 2012
CLXXXVI
Da infância tento
papagaios, devaneios...
Respingos de vento.
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
CLXXXV
E a porta hesita:
o olho mágico distorce
os tons da visita.
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
CLXXXIV
A morte em mim nasceu
com a falta de um irmão
vivente que nem eu.
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
CLXXXIII
Urbe em ceticismo...
Arcos do Santa Tereza:
olhos sem certeza.
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